Quatro pessoas foram detidas. Dois helicópteros, um avião e quatro
carros de luxo foram apreendidos
Informações foram repassadas pela
Polícia Federal no Recife
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
JC Online
Com informações da repórter Marcela Balbino
Com informações da repórter Marcela Balbino
O avião que transportava o
ex-governador Eduardo Campos durante a campanha presidencial de 2014 foi
comprado por empresas fantasmas. Eduardo morreu em acidente aéreo
em Santos no dia 13 de agosto de 2014. A informação foi
repassada pela Polícia Federal nesta terça-feira, que investiga as
movimentações financeiras feitas a partir da aquisição da aeronave Cessna
Citation PR-AFA. Quatro pessoas foram detidas. Dois
helicópteros, um avião e quatro carros de luxo foram apreendidos.
A PF constatou que essas empresas
eram de fachada, constituídas em nome de 'laranjas', e que realizavam diversas
transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas
empresas investigadas no bojo da Operação Lava Jato. As empresas atuavam em um
regime de mescla, quando combinavam atividades lícitas e ilícitas.
Os empresários Apolo Santana Vieira
(dono da empresa Bandeirantes Companhia Pneus), Arthur Roberto Lapa Rosal, João
Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho (filho do ex-deputado socialista Luiz
Piauhylino) e Eduardo Freire Bezerra Leite foram alvos de mandados de prisão
preventiva.
Os dois primeiros foram detidos no
Recife, Apolo Santana estava malhando em uma academia no momento da prisão. Os
outros dois foram localizados quando desembarcavam em São Paulo e estão sendo
trazidos de volta para o Recife. O quinto mandado de prisão foi expedido para
Paulo César de Barros Morato, que está foragido.
Há suspeita de que parte dos recursos
que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a
políticos e formação de 'caixa dois' de empreiteiras. O esquema criminoso teria
movimentado R$ 600 milhões desde 2010.
Segundo a delegada regional de
combate ao crime organizado da PF, Andréa Pinho, a investigação identificou que
houve movimentações volumosas de recursos desde 2010 e o volume se intensificou
em 2014, desacelerando após a queda do avião.
"As empresas de fachada não se
limitaram a compra da aeronave. O esquema era muito maior. Primeiro, porque
elas faziam muitas transações entre si, o que já é bastante suspeito. Segundo,
porque uma empresa de pescado, em nome de um pescador, ter adquirido um avião é
suspeito. Em terceiro lugar, empresas de pequeno porte e empresas pequenas
adquirido aviões com valores milionários também é suspeito", afirmou a
delegada. "Nós também detectamos que as empresas inicialmente tinham
movimentações bastante volumosas desde 2010, tendo se intensificado bastante no
ano de 2014 e, coincidentemente ou não, depois da queda da aeronave, houve um
declínio na movimentação das empresas, embora não tenha se esgotado por aí. Na
verdade, foram abertas novas empresas de fachada para serem usadas pela
organização criminosa", acrescentou.
ACIDENTE - O ex-governador e candidato à
Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu no dia 13 de agosto de
2014, após a aeronave onde ele estava, um Cessna 560 XL, cair em Santos,
litoral de São Paulo. Os dois pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pedro
Valadares Neto (assessor), Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol
(assessor de imprensa), Marcelo Lyra (cinegrafista) e Alexandre Severo
(ex-fotográfo deste JC) também morreram no acidente. Por coincidência, Eduardo
faleceu no mesmo dia do avô, o ex-governador Miguel Arraes, morto em 2005.
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